10 dias no Norte da Argentina

Caetano e eu estivemos recentemente turistando no norte da Argentina. Quando começamos a nossa pesquisa pra definir a viagem, sabíamos, primeiro, que queríamos viajar com milhas para um destino na América do Sul. As possibilidades eram muitas, há muitos lugares que desejamos conhecer no continente, e por um tempo canalizei as pesquisas para a Patagônia no verão.
Vinhas da Bodega Colomé, Província de Salta

Vinhas da Bodega Colomé, Província de Salta

 Acabei tirando férias em abril, e já era frio demais na região. A Patagônia é linda, mas nem os pinguins ficam lá quando esfria 😦 . Havia um outro destino na Argentina que estava em nossos planos – Cafayate, segunda região produtora de vinhos da Argentina, que tem paisagens lindas, pequenos produtores de vinhos excelentes e é a única produtora do vinho branco Torrontés. Não somos éramos muito fãs de vinho branco, mas esse caiu em nossas graças, e as regiões produtoras de vinhos são sempre repletas de belezas naturais – assim definimos que o ponto alto da viagem seria ali, Cafayate, provincia de Salta, e que aproveitaríamos para conhecer a capital, também chamada Salta.

Salinas Grandes, Salta-Jujuy

Salinas Grandes, Salta-Jujuy

Para férias de total relax de 10 dias só esses dois destinos já bastariam, fazendo com calma os trechos entre estas duas cidades. Porém continuamos pesquisando e resolvemos que, além de Salta e Cafayate, subiríamos para a província de Jujuy, que possui clima desértico e paisagens também deslumbrantes. No googlemaps dá pra ver que Jujuy está na mesma latitude e bem próximo ao Deserto do Atacama – apenas uma cordilheira de distância! 🙂 .

Em Jujuy estão o Cerro de Siete Colores, em Purmamarca, formação geológica com diversos sedimentos que promovem cores lindas; as Salinas Grandes, antigo lago que evaporou e hoje é o segundo maior deserto de sal do mundo; e as Quebradas de Humahuaca, extensa região com formações rochosas bastante peculiares, que você pode acompanhar da estrada de asfalto ou se aventurar pelas estradas de rípio (cascalho) da região para conhecer as atrações mais escondidas.

Ruta 52, voltando de Salinas Grandes a caminho de Purmamarca

Mirador na Ruta 52, voltando de Salinas Grandes a caminho de Purmamarca

Para definirmos nosso roteiro, comecei pesquisando a nossa bíblia de viagens, o Viaje na Viagem, do Riq Freire. Dali conheci o Aquí me Quedo, da Gisele, que além de ter relatos bem interessantes sobre a região ainda é uma pessoa super disponível para as dúvidas que apareceram. Pesquisamos também outros blogs, perfis do twitter e nos sites oficiais de turismo da região e de promoção dos destinos que desejávamos visitar. Os links que foram úteis eu coloco no fim das postagens.

Quebradas de Cafayate - quaaaase Tatooine ;-)

Quebradas de Cafayate – quaaaase Tatooine 😉

Emitimos passagens com 10 mil milhas Smiles o trecho Salvador-Buenos Aires, voando Gol (Salvador-SP) e Qatar (SP-Buenos Aires) e mais 10mil milhas Salta-Salvador, graças aos novos voos da Aerolineas. Só foi necessário comprar o trecho Buenos Aires-Salta, que compramos pela LAN.

A mala foi bem difícil de fazer, pois as regiões apresentam grande amplitude térmica – de dia, pode fazer muito calor, e de noite geralmente faz frio. Acabei usando mais calças jeans, blusas de manga curta e comprida, jaqueta corta-vento e uma jaqueta de couro. Eu também tinha levado roupas para um frio mais forte, mas este frio não nos pegou, ainda bem. 🙂

Cerro de Siete Colores, em Purmamarca

Cerro de Siete Colores, em Purmamarca

Chegamos em Buenos Aires no sábado à noite. Só dormimos esta noite em Buenos Aires, seguindo na manhã seguinte para o Aeroparque, para pegar o voo da LAN para Salta. Tentamos, nesse pouco tempo, cambiar os dólares e/ou reais que levamos. Como não tivemos muito tempo para negociar, para os reais não conseguimos bom negócio no câmbio paralelo (também chamado câmbio blue) e não trocamos. Acabamos ficando com esses reais durante toda a viagem. Já os dólares, trocamos em Buenos Aires e também em Salta com a cotação bem favorável no câmbio blue. Praticamente não usamos cartão de crédito, exceto em uma ou outra emergência para não ficar sem dinheiro vivo na mão. Geralmente fazemos o contrário, mas definitivamente não vale a pena. Foi uma experiência interessante, voltar pra casa depois de uma bela viagem sem dívidas de férias – total liquidez!
Trecho da Ruta 9 entre Purmamarca e Tilcara

Trecho da Ruta 9 entre Purmamarca e Tilcara

Em Buenos Aires ficamos no Dazzler Recoleta, já perto do Aeroparque, excelente opção com quarto confortável, café da manhã farto e perto de muitas atrações da cidade.  Todas as reservas que fizemos foram através do Booking, com aproximadamente 2-3 meses de antecedência, o que nos garantiu preços excelentes para as reservas realizadas e muitas opções de hospedagem para escolher.
Do Hotel para o Aeroparque, por pura preguiça, pedimos ao hotel para chamar um táxi. Esse táxi acabou nos cobrando uma tarifa mais cara que do taxímetro. Não havia necessidade nenhuma de solicitarmos ao hotel, já que o que não falta em Buenos Aires é táxi nas ruas… fazendo deste limão uma limonada, esse pequeno descuido no início da viagem nos deixou alertas para outras vulnerabilidades futuras. Mas que deu uma raivinha, isso deu!
El Hornocal, a 30km por estrada de cascalho de Humahuaca

El Hornocal, a 30km por estrada de cascalho de Humahuaca

Links que utilizamos para fazer as pesquisas:

Almoço inesquecível em Napa – Culinary Institute of America

Não dá pra imaginar um lugar que produz vinhos tão bons e reconhecidos sem restaurantes e centros gastronômicos à altura, não é mesmo? Procuramos, no Vale do Napa, um lugar que fosse enogastronomicamente perfeito. E achamos esse lugar no restaurante do Instituto de Culinária Greystone, que tem o super chancelado nome de Wine Spectator Greystone Restaurant.

Este é um restaurante escola. Adoro restaurantes escola porque geralmente o atendimento é excelente, as pessoas que ali trabalham são aprendizes entusiastas, e o pessoal da cozinha está se esforçando para apresentar o seu melhor (na Bahia, adoro o restaurante do SENAC no Pelourinho – é o melhor lugar pra experimentar de tudo um pouco da comida baiana). O Greystone Institute é o Campus Californiano do The Culinary Institute of America,  universidade super conceituada no assunto nos EUA.

Fizemos as reservas pelo site Open Table – você se inscreve e consegue marcar horário numa boa.  Não foi difícil achar o restaurante, que fica nas dependências da escola. Você para o carro num estacionamento enorme, que serve ao restaurante e à instituição, sobe umas escadinhas e voilá, chegou.

Entrada do restaurante - não é sempre que a área externa está disponível, uma pena!

A vista do restaurante é essa aqui embaixo, e era onde queríamos ficar. Mas a área externa estava fechada, então nos acomodamos no salão.

Verdade que achei bem cafoninhas essas parreiras de mentirinha dentro do restaurante, mas de resto gostei muito do ambiente. Hora de fazer o pedido – o atendimento, como esperado, foi excelente e muito simpático. Difícil foi escolher o prato, diante de tanta coisa gostosa no menu.

Cardápio do WS Restaurant

Escolhi o atum com crosta crocante. GEEEENTEEEE, eu estou até hoje procurando um atum tão bom quanto este. Que de-li-cia. Não, ainda não achei.

Sim, isto é um atum!

Para beber,  escolhemos a seleção proposta com a uva Zinfandel, característica da região. E ainda proporcionava a chance de tomarmos mais um Rubicon. 🙂

Menus de vinhos – difícil escolher…

Saímos do restaurante tristes por não termos pensado em incluir uma noite na região. Paciência, San Francisco nos espera!

*Esta viagem foi realizada em Abril/2009. O roteiro na California foi Los Angeles/Santa Mônica – Carmel – San Francisco/ Napa Valley – Yosemite, em 10 dias.

Rubicon Estate – uma vinícola de cinema

Da Robert Mondavi direto para a Rubicon State, onde desta vez faríamos mais uma degustação.

Fachada do casarão da Rubicon Estate

A Rubicon Estate é muito visitada não só por seus maravilhosos vinhos – muuuito bons mesmo – mas também pelo fato de ser propriedade de Francis Ford Coppola, e de ser um lugar que ele realmente freqüenta, não apenas é ‘dono’. Mas, infelizmente, ele não estava lá pra nos receber, hehe.

The magic red carpet... ;-)

The magic red carpet… 😉

Para entrar na maravilhosa propriedade, você compra um passaporte com direito a degustação dos vinhos. Vale a pena, pois há muito mais que vinho no casarão.

Além de visitar (sem guia) alguns espaços onde descansam futuros rótulos da Rubicon, você conhece um pouco da história de Coppola, sua família e suas filmografias, incluindo as de Sofia Coppola e Nicolas Cage. E pode ver de pertinho um dos Oscares da familia também.

Perto, pertinho mesmo!

No andar de cima, há uma coleção de cinematógrafos e outros artefatos antigos relacionados ao cinema, além itens que pertenciam ao antigo proprietário, um capitão da marinha da Finlândia. Também há um salão (proibida a entrada) muitíssimo bem decorado, com grandes barris (imagino decorativos)  de vinho que observamos por uma frestinha da porta… lá dentro, um piano de cauda nos fez imaginar quantos eventos interessantes devem ocorrer naquela casa.

De volta ao térreo, hora da degustação. Pudemos degustar uma série de 5 vinhos diferentes. A carta da Rubicon é extensa, mas muito pouco disponível fora da vinicola. Muitos rótulos são vendidos apenas lá. De presença global, basta a do dono, rsrs.

A Rubicon Estate também tem uma ampla loja, com itens para vinhos e outros relacionados a estilo de vida – alguns itens para casa, artigos de escritório como moleskines, por exemplo.

A lista de vinhos à venda na Rubicon Estate

Do lado de fora, há um pequeno winebar onde servem petiscos. O ambiente é suuuper agradável. Mas um lugar ainda mais agradável nos aguardava, então era hora de pegar a estrada de novo!

Mais links sobre o assunto:

http://en.wikipedia.org/wiki/Rubicon_Estate_Winery

Vinhos Napa Valley – Rubicon Estate e os Vinhos de Francis Ford Coppola

*Esta viagem foi realizada em Abril/2009. O roteiro na California foi Los Angeles/Santa Mônica – Carmel – San Francisco/ Napa Valley – Yosemite, em 10 dias.

Ah, la dolce vita… ops, esse é outro diretor!

Passadinha rápida na Robert Mondavi

Saindo da Domaine Carneros, nossa próxima parada era uma vinícola bem famosa, a Robert Mondavi.

A vinícola é linda, vale muito a visita.

Como tínhamos acabado de sair de uma degustação de espumantes, resolvemos não encarar mais uma na Mondavi. Compramos um vinho para conhecer depois, com calma. De um modo geral, não foi um vinho que me impressionou, não. Mas não sou especialista, apenas apreciadora, me dando o direito de  emitir opiniões que podem ser consideradas barbaridades, rsrs. Os vinhos da Robert Mondavi são muito conhecidos, bem vendidos e apreciados.

Me pareceu que o Wine Tour deles é bem interessante. Ele leva 1 hora e meia, com degustação, e é melhor ligar antes pra acertar os horários. Se você der uma olhadinha no site, vai ver que eles têm vários tipos de visitas.

A lojinha foi a melhor sortida de acessórios para bares e acompanhamentos para o vinho (queijos, pães, patés, etc) que vimos entre as vinícolas visitadas.

Links uteis:

Mapa de Vinícolas de Napa Valley

Robert Mondavi na wikipedia

Site Oficial da Robert Mondavi

Napa Valley.com

Napa Valley.org

Napa Valley Online

Napa Valley no New York Times

Passeio em Napa Valley – primeira parada, Domaine Carneros

Depois de LA e Carmel, após a paradinha em Monterey para ver o Aquário, San Francisco era nosso próximo destino.

Um dos dias em San Francisco foi utilizado para um bate-volta, no carro que alugamos, no Vale do Napa, ou Napa Valley, a região de vinhedos mais

famosa e produtiva dos Estados Unidos.

Napa Valley fica a aproximadamente 1h de San Francisco. O caminho recomendado é atravessando a Bay Bridge, mas quem quer recomendações quando a vontade maior é atravessar a Golden Gate? Demos uma voltinha, mas valeu a pena. Só pessoalmente pude entender porque as pessoas se simpatizam tanto com essa ponte. Ela é mesmo linda.

Passamos rapidinho por dentro de Napa, apenas para procurar o centro turístico e pegar mapas e referências das vinícolas que queríamos visitar (Robert Montavi, Rubicon State) e do restaurante onde iríamos almoçar – o Greystone Restaurant, do Culinary Institute of America e associado à Wine Spectator. Sim, prometia ser uma senhora refeição…

Além dessas duas, pesquisamos aqui e ali e elegemos mais uma pra visitar: a Domaine Carneros.

Onde é que eu tou mesmo? California? Jura?

Ela estava logo no início da nossa rota, tinha degustação disponível e era especializada em espumantes, pra variar um pouco das outras duas já escolhidas antes de sairmos de casa, onde queríamos conhecer os tintos.

A Domaine Carneros é lindíssima – a edificação é inspirada no Chateau francês da Taitinger – são parceiras, inclusive, o que só me fez aproveitar ainda mais cada golinho da minha degustação de espumantes.

Mas eles também produzem tintos – inclusive, foi a degustação que Caê escolheu.

Os preços, constataríamos só no fim do dia,  se revelaram os mais amigáveis do nosso passeio – em torno de US$12 a US$15 a degustação. Isso foi algo que me impressionou em Napa Valley – as degustações não são baratas, e não adianta levar vinho pra ganhar desconto – simplesmente não rolou. Em Montaltino/Italia, na La Fortezza, compramos uma caixa com 6 Brunellos e nossa degustação saiu como cortesia. Nada mais justo, né?

Vista mais-ou-menos da sacada do Chateau

Saímos (bem) alegres da Domaine Carneros, animados com a descoberta que fizemos e curiosos para conhecer as outras duas vinícolas famosas que escolhemos. Ic!

Bodegas em Mendoza – Norton

Norton 1

Dois dos meus dias em Mendoza foram dedicados exclusivamente ao vinho e correlatos.Todas as agências de Mendoza oferecem o mesmo passeio pelas bodegas – todos os passeios são à tarde, e incluem duas visitas: uma a uma bodega mais familiar e artesanal, outra a uma bodega grande com processo mais industrializado. A agência não informa qual bodega você vai visitar, pois deve partir do princípio que você quer ver bodegas, e não uma ou outra em particular. Pra quem quer conhecer especificamente esta ou aquela, tem que se virar sozinho ou pagar uma fortuna às agências.Eu estava com meus colegas de curso de espanhol Mattias (Suécia) e Jory (EUA), e resolvemos nos virar sozinhos. Combinamos um taxi para nos levar, aguardar e nos trazer de volta. Num dia nos cobraram 130 pesos, em outro dia foi 115 pesos. Não me lembro o preço do passeio por agência, mas o nosso passeio ficou quase que o mesmo preço, sendo que nós escolhemos as bodegas a visitar. Foi bem mais interessante.

 

Norton Degustacao

Ah, sim, e junto conosco estava o nosso professor de espanhol, de óculos aí no meio…A primeira deste dia foi a Norton. Chegamos quando estava acabando uma visitação e, na maior cara de pau, começamos pela degustação.Isso porque o Jory já tinha ido em todos os eventos de vinho da cidade e conhecia todos os atendentes e sommeliers… ao chegarmos à área de degustação da Norton, o atendente o reconheceu e, ao saber que tínhamos pouco tempo, se propôs a fazer a visita à bodega conosco, de trás pra frente! :-)))

Foi ótimo. Primeiro experimentamos os vinhos…

Depois passeamos pelas caves e vimos os vinhos em suas guardas… olha a minha carinha feliz. hehehe!

 

Norton Cave

Quase no final da visita “de trás pra frente”,(sem boas fotos…sorry!) ele nos mostrou barris antigos gigantes onde vinhos populares ficam armazenados. Um dia por ano, a Norton abre para a comunidade comprar vinho a preço de custo, bastando trazer a garrafa. Neste dia, mendoncinos de garrafão de 3 ou 5 litros na mão fazem fila pra poder encher suas garrafas com o vinho da Norton. Não sei se isso acontece em outras empresas, só lá isso foi mencionado…Pulamos o processo produtivo, que todos já conhecíamos e não queríamos ouvir de novo (e ainda ouviríamos algumas outras vezes). Passeamos um pouco pelos vinhedos, uma vista linda com a pré-cordilheira ao fundo (um pouco mais baixa que as nuvens na foto). E tocamos para a bodega seguinte: Luigi Bosca.

O site da Norton é www.norton.com.ar.

norton vinhedos