Voando de Ryanair

Interessante esse negócio de voar de companhias low cost na Europa. Se é a primeira vez que vai comprar passagens, você acha tranquilamente que é trote: acessa um site de uma lowcost (a Ryanair, que voamos, por exemplo), e o site é todo em cores berrantes, como amareeeeelo e azul. O site do Mercadolivre é mais discreto que o da Ryanair! E aí que você já se depara com um box piscando no centro da página oferecendo vôos a €10,00. Com taxas! E eu que tava acostumada a achar que viajar de lowcost era pagar uns R$100,00 pra ir de Salvador a Beagá visitar os parentes, cada trecho (fora de promoção), descubro o que é uma verdadeira lowcost quando pago €30,00 pra voar de Madri pra Paris. Se ganhando em reais eu já estou achando isso barato, imagina pra quem ganha em euros? Uma maravilha.

Nem tudo são flores, é claro. Para pagar pouco, você tem que dar pouco trabalho para estas cias aéreas. Cada bagagem despachada é cobrada. Se você quer prioridade para entrar no avião, paga por isso. Se faz o checkin online (e consequentemente dá menos trabalho pro pessoal), ganha vantagens. Acha um absurdo? Achei bem justo. Você paga somente pelo que consome. Serviço de bordo? É pago também. Mas não é mil vezes melhor pagar justos €5,00 pelo seu sanduíche do que pagar todos os reais a mais que pagamos para receber barrinhas de cereal ou sanduíches ‘grátis’?

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Os aviões da Ryanair são todos novinhos, caso alguém pense que, por esse preço, se voa em arabacas que mal se mantêm no ar. As poltronas não tem quase conforto nenhum e são bem apertadinhas, mas todo o mundo adora quando lembra o quanto pagou.

O limite de bagagem de mão é o dobro do que aqui no Brasil: 10kg. Mas eu e a Carol achamos que a maioria não respeita esse limite. Vimos muitas malas enormes sendo carregadas como bagagem de mão, que só teriam 10kg se só tivessem algodão dentro. Nosso primeiro voo de Ryanair foi de Dublin pra Roma, e a sensação foi de estar num daqueles ônibus intermunicipais, hehe. Todo o bagageiro do avião estava ocupado, e precisamos colocar nossas mochilas embaixo do banco de outros passageiros, pois o único lugar que conseguimos foi a última fila do busu (digo, avião).

Isso porque na Ryanair você tem que pagar €3 para escolher sua cadeira.  E pouquíssimas pessoas pagam, sendo que essas têm preferência no embarque. Com isso, na sala de embarque, quando a mocinha de azul da Ryanair aparece para anunciar que a aeronave está no pátio, já existe um bando de gente, organizados em fila, prontos pra embarcar. E você pensa: nossa, quanta organização, viva a Europa, isso é que é gente civilizada. Mas não, é a lei da selva! Quem entra primeiro, pega os melhores lugares! Neste vôo eu e a Carol demos bobeira e acabamos assim, passando as 3 horas até Roma na última fileira do avião – lembrando que essa fileira não é reclinável em cia. nenhuma…  😦  Mas isso só aconteceu dessa vez, depois ficamos espertas.

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Além das aeromoças passarem vendendo os lanchinhos, durante o vôo eles também oferecem um bilhetinho para loterias dentro da empresa (“concorra a mais de não-me-lembro-mais-quantas mil passagens pagando apenas €8,00 por essa cartela”…), vales-viagem para dar de presente e tickets de transporte para o trajeto aeroporto-centro da cidade. Bom… se oferecerem esse ticket de passagem de onibus, não aceite! Descobrimos que eles só oferecem ticket de onibus dentro do avião se há concorrência em terra para esse transporte. Nos aeroportos que chegamos e só havia 1 opção para irmos ao centro, eles não ofereciam no voo… Resumo da ópera: pegamos um onibus bem bom de Ciampino pra Estação Termini, mas pagamos €2,00 a mais que o pessoal que deixou pra comprar em terra.

Como dá pra ver aqui, a aeronave, por dentro, não é nada discreta. O mesmo amarelão que você vê no site é o que vc encontra dentro do avião. Isso é que é reforço de identidade visual! 😉

 

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E eles não perdoam nem um espacinho da oportunidade de vender mais alguma coisa. Tá vendo,  propaganda até nos bagageiros… Isso incomoda um pouco, é muita poluição visual, mas na verdade eles estão aproveitando cada espacinho para fazer dinheiro e não onerar o passageiro. Ah, então tá bom.

Acho que o episódio mais pitoresco de todos os nossos voos Ryanair (foram 4 no total) foi uma briga que rolou entre um passageiro e uma aeromoça (também, no voo Dublin-Roma. Êta vôo longo…). Os dois, italianos. A aeromoça insistia pra um cara de uns 30 anos no máximo guardar sua bagagem no bagageiro, e o cara se fazia de desentendido e deixava a mochila debaixo do banco (o que era proibido, pois ele, como nós, estava na última fileira). A tal aeromoça já estava indo cuidar de outros afazeres quando ele resmungou algo sobre ela, que ouviu. E voltou. “Scusi?” Era ela com um “como é?” em italiano. E pediu pro cara repetir o que tinha dito. Já com a voz alterada. Pronto, o barraco tava armado! Aí o cara começou a pedir desculpas, e ela falando que não encerrava os procedimentos enquanto ele não entregasse a ela o passaporte. Uma confusão. Os dois falavam alto e eu e a Carol entendíamos parte da conversa (nosso italiano, até então, não ia muito além do que aprendemos vendo Terra Nostra na Globo). Esse bate-boca todo não rendeu nada além disso, e o italiano ficou quietinho no lugar dele durante todo o voo. Não me lembro onde ele afinal guardou a tal mochila…

Acho que a condição ideal de voar de Ryanair é quando você tem apenas uma malinha de bagagem de mão e vai para um destino próximo. Dentro dessas limitações ela é perfeita… Pouco tempo de vôo e nada de stress ou taxas pra despachar bagagem.  A Carol que o diga, já está ficando profissional em Ryanair. Logo ela, que morre de medo de avião, hein… Bom, mas eu compraria Ryanair de novo e quantas vezes mais eu pudesse! O valor pago vale muito a pena.

Para pesquisar várias opções de voos lowcost ao mesmo tempo, utilize o Skyscanner.

Se quiser conferir preços direto com cias lowcost, algumas que usei foram:

Easyjet

Aerlingus

Vueling

Vale ressaltar que nem todas têm as mesmas práticas da Ryanair, que me parece ser de longe a mais espartana do grupo. Viajei de Aerlingus de Frankfurt pra Dublin e foi bem confortável (ah, e pude marcar assento sem pagar nada por isso).

Caso haja dúvidas sobre a existência dos preços baixos messsssmo, veja a listinha de quanto pagamos por voo, com taxas de embarque e de bagagem:

Dublin – Roma: 61,73 euros

Roma – Barcelona: 49,25 euros

Barcelona – Madri: 33,53 euros

Madri – Paris: 33,41

Pegadinha: pra poder calcular o custo total de pegar um voo lowcost, bote nesse valor aí mais uns euros para transporte, pois os aeroportos que estas cias usam costuma ser longe… Pagamos em média uns 10 euros por deslocamento (alguns foram barato, tipo 5 euros, outros foram 14, quase o preço da passagem…)

Ah, e teve pubs tambem!

Ora, ora, estava quase esquecendo! Tambem fui a pubs!! A Carol me levou no Brazen Head, que è o pub mais antigo de Dublin. Lah, comemos uma comida tipicamente irlandesa – carne de carneiro picada numa sopa de legumes…. como podem ver na foto, podemos dizer que o carneiro foi atropelado ou cortado pelo Jason, e a sopa de legumes eh bem ralinha. Mas eh gostoso, e dah ate pra imaginar aqueles irlandeses de uns 500 anos atras comendo isso ai mesmo…..

brazen head

Fomo stambem ao Temple Bar, a regiao onde acumulam-se pubs. Parece um pouco com um pelourinho onde em vez de casinhas coloridas coladas uma nas outras, sao pubs que dividem as paredes.

temple bar

Fomos no porterhouse, um pub de 5 andades, com sei-la-quantas cervejas disponiveis. Nao fomos em tantos pubs assim, mas durante nossa viagem com certeza vamos ver varios irish pubs por ai…. eles estao em todo lugar!!!

porterhouse

E ainda tem mais o que fazer em Dublin…

Alem dos passeios super culturais  jah descritos, conheci o Museu Irlandes de Arqueologia e o de Arte e Cultura. Esse ultimo tinha uma replica de navio viking temporariamente exposto, que em marco iria pra agua pra navegar ateh a Noruega.

navio viking

Tambem fomos na St. Patrick Church e na Christ Church, essa com um sitio arqueologico ao lado de uma igreja bem antiga, de aproximadamente 500anos depois de cristo. A igreja em si ja eh bem antiga e num estilo bem medieval. Gostei das portas laterais, as armacoes de ferro eram tao bonitas…

christ church

Tambem fui contemplada com um jantar irlandes na casa onde a Carol estah hospedada. Comi salmao defumado com pao, um frango com um tempero totalmente diferente que nao identifiquei, e cuzcuz marroquino. Tava tudo bem gostoso. Olha o pessoal ai.

jantar

 




Alcool em Dublin – Old Jameson Distillery

A visita da Jameson foi bem mais legal que da Guinness. Foi um tour guiado de meia hora, mostrando todo o processo de fabricacao de forma bem interativa e diferenciada. Na foto abaixo, a Carol esta prestando bastante atencao no processo de destilacao do uisque. Ele comeca clarinho que nem cachaca e vai ficando marronzinho no decorrer do tempo no barril de carvalho.

Jameson1

Ao final, eu e Carol nos voluntariamos para uma degustacao entre os uisques escoces, americano e irlandes. O melhor foi o irlandes, Jameson, eh claro.

Jameson2

 Apos recebermos ateh certificado de experts em uisque (ah, tah….), demos uma passadinha no bar da destilaria, onde esse atendente super animado (como voces, bem, er… podem ver na foto) nos serviu uns driques de uisque. De la fomos visitar museus, bem felizes.

Jameson3

www.oldjamesondistillery.com

Alcool em Dublin – Guinness

Dois lugares que eu nao podia deixar de conhecer em Dublin e que desde o inicio eu botei na lista de passagens obrigatorias: a cervejaria Guinness e a destilaria de uisque irlandes Jameson. CArolzinha ajeitou tudo para irmos as duas.

Guinness 2

Adorei ir a Guinness e conhecer o processo de fabricacao da cerveja. O tour eh self-guided, ou seja, voce mesmo o faz, vai seguindo as plaquinhas. No meio tem uma degustacao do ultimo lancamento (no caso foi da Northern Star) e no final voce tem direito a uma Guinness Draught, a padrao, no bar que eles tem no ultimo andar do predio onde eh a fabrica. De la da pra ver uma boa parte de Dublin. Eu nao gosto de cerveja preta, nunca fui muito com o gosto da Guinness, mas eh verdade que la ela tava mais gostosa. Nao sei se por causa do clima ou se por causa da historia de que quanto menos a cerveja eh transportada mais ela preserva seu sabor… bem… ateh o brasil ela anda um bocado. Entao deve ser isso! A partir de agora, passo a gostar da Guinness, mas tem que ser tomada perto da Irlanda!!!

Guinness 1

Mais da Guinness: www.guinness-storehouse.com

Dublin

dublin 

Depois de sei-la-quantas-horas viajando, a Carol tava me esperando no aeroporto. Que beleza encontrar a irmazinha depois de mais de seis meses!!!! durante os dias em Dublin, fiquei na casa onde ela estah morando e trabalhando de au pair – uma especie de baba, ou baby-sitter, como alguns dizem. O Jim, pai dos meninos que ela toma conta, levou a Carol de carro pra me pegar, o que foi um alivio diante do peso das minhas malas. A Sheelagh, mae dos meninos, estava nos esperando na casa, com uma garrafa de vinho. Adorei essa familia!!!!

Soh no dia seguinte conheci os dois meninos que a Carol toma conta, o Owen e o Kim (nao eh assim que se escreve, mas eh assim que se pronuncia, entao ta bom). Sao bem agitadinhos, mas bons meninos. o Owen, mais novo, eh todo envergonhado. O Kim jah eh agitado tambem, mas jah tem algum discernimento entao eh mais educado. Eles tem 5 e 8 anos.

Comecei a conhecer Dublin nao exatamente fazendo turismo classico, mas sim resolvendo as ultimas coisas da viagem. Algumas comprinhas, incluindo um celular novo e uma maquina fotografica (repararam que ateh agora nao fiz foto?). So depois de estar com a Carol.

Trinity college

Inclusive, de agora em diante tenho registro fotografico. Como podem ver nessa foto do Trinity College, primeiro lugar que fomos, o dia tava meio ruinzinho…. La fomos ver o Book of Kells. Esse livro eh uma biblia em latim, encontrada a mais de mil anos na Irlanda. A riqueza dos detalhes eh impressionante. O livro foi todo escrito em um couro curtido de animal, e algumas cores que se ve nas ilustracoes do livro foram feitas com cobre (o verde) e uma mistura de lapis-lazuli do Afeganistao (na epoca ninguem sabia que o Chile existia, neh….).

Alem do Book of Kells, conhecemos a “The Long Room”, uma sala GIGANTESCA com mais de 200mil (!!!) livros antigos, desde a epoca medieval. Nao ha foto que represente o que eh a long room. Soh vendo pessoalmente! Eh um corredor de aprox. 65m de comprimento, com varias camaras com  dois andares de livros dos dois lados. No meio, exemplares de livros antigos e outros nem tanto (uns 200 anos soh) estao expostos e protegidos por vidro. Eh uma viagem no tempo.

www.visitdublin.ie

www.tcd.ie

http://www.tcd.ie/Library/heritage/kells.php

http://www.tcd.ie/Library/heritage/longroom.php