Meu 2007 começou em Praia do Forte e terminou em Amsterdam.
2008 começou em Amsterdam (claro, a não ser que eu tivesse um teletransportador pra ser diferente…) e terminou em Praia do Forte.
Reveillón na Europa é bem diferente do nosso. Lá tá um frio tremendo, a festa começa de tarde e vai até a meia-noite, com muito sofrimento, ehehe, quando todos vão embora. Demos sorte de não estar nevando… Dizem que a melhor virada do ano na Europa acontece na Escócia, que tem rituais de passagem. De resto, são festinhas bem normais para os nossos padrões, e uns ‘traques’ que eles chamam de fogos de artifício… não é uma data em que prefeituras e bureaus de turismo se importem em gastar muito dinheiro, eu acho. Eles se importam mais com o Natal – e estão certos, já que em alguns lugares da Europa até podem ter um “White Christmas”. Mas o que fez o Reveillón ficar muito especial foi a companhia – eu estava com a Carolzinha, depois de meses sem a gente se ver.
Gosto muito do texto sobre o Réveillon do Riq Freire, que transcrevo abaixo. Sempre digo que não sou muito empolgada com a festa de ano novo – não como a maioria – mas não posso negar que esse sentimento de renovação e promessas de ‘daqui pra frente’ também me acometem nessa época do ano… 😛 Mas defendo que o melhor lugar para passar o Réveillon é perto de casa, pois tudo fica proibitivamente caro nessa época do ano. Falar isso é fácil, quando se mora na praia, né não? 😉 Estando sem grana, basta ir à Barra, alugar umas cadeiras, ver a queima de fogos e pular as ondinhas! E o ano novo tem tudo para ser maravilhoso!
O país do réveillon
Ricardo Freire
Não, Natal não é com a gente. Nosso negócio é o Réveillon.
O Réveillon é talvez a única unanimidade nacional. Você certamente conhece alguém que não se interessa por futebol ou quer distância de Carnaval – mas duvido que saiba de algum brasileiro que não gosta de Réveillon. Nenhum outro povo, por mais rico que seja, tem o know-how do brasileiro para a passagem de ano.
Não existe festa mais triste do que um Réveillon fora do país. Quando você percebe que é a única pessoa no recinto a vestir branco da cabeça aos pés, sua vontade é de pegar o primeiro vôo para o Brasil – nem que isso signifique passar a meia-noite dentro de um avião.
Mas nosso Réveillon não é único no mundo só porque pulamos sete ondas ou porque mandamos flores e perfumes para Iemanjá. A verdade é que nosso Réveillon tem um significado inteiramente diferente do Réveillon dos outros.
Nos países onde o Natal é a festa mais importante, o Réveillon marca o final da ressaca – uma época em que as pessoas fazem um exame de consciência e elaboram Resoluções de Ano-Novo (assim, com iniciais maiúsculas). É tempo de comprar esteira elétrica, iniciar a dieta de South Beach, parar de fumar e chegar cedo ao trabalho. Nós até temos uma data assim – só que ela cai na Quarta-Feira de Cinzas.
O Réveillon dos brasileiros é o oposto de tudo isso. É a data mágica em que todos os nossos erros dos últimos 365 dias são anistiados. Não importa como tenhamos nos comportado, uma coisa é certa: o ano seguinte vai ser melhor. Se a maré foi de má sorte, não tem problema – à meia-noite do dia 31 a ziquizira vai embora. Nossa única Resolução de Ano-Novo é, dois-pontos, ser feliz.
Sorte nossa, que ficamos por aqui e vamos poder virar o ano de branco – e, quem sabe, até, pular sete ondas. Não se esqueça de entrar o ano com o pé direito. E que tudo se realize no ano que vai nascer!
que texto massa!
Palominha, sou fã declarada do cara, que além de escrever maravilhosamente bem, é um mega gente boa.
O blog dele tá nesse endereço aqui, dê uma passeada pro lá…
http://viajeaqui.abril.com.br/blog/viaje-na-viagem.shtml
Beijos!